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Chapter 17: Capítulo 17 - Laços

O que precisamos com urgência é comida e água. Posso conseguir tudo facilmente, os peixes serão um pouco mais difícil, mas posso fermentar a água com fogo, lenha não falta. Então me lembro de algo, não tenho nenhum recipiente para colocar a água.

Talvez a melhor forma seja entrar na floresta, mas tenho medo de levar Alícia junto.

— Fique o mais próximo possível da água, vou me aproximar da floresta — falo para ela já andando na direção.

Tudo que preciso fazer é me focar. Olho para a mata, mas uso toda minha concentração em minha audição. Consigo ouvir o som de folhas se movendo, mas não preciso disso. Pequeno insetos fazendo barulho perto de mim, provavelmente são comestíveis, mas prefiro não pensar nisso.

— Preciso de água... — falo um pouco apreensivo. — por favor...

Neste momento escuto o som. Água corrente. Não estava tão longe, mas também não muito perto, também não ouvir o som de animais ou monstros perto, a não ser que eles tinham habilidade em se esconder iguais aos vampiros não há nenhum.

— Chegue aqui perto — chamo Alíce.

Ela vem correndo.

— Ioan quer algo? — pergunta.

Viro de costas e me abaixo.

— Suba em minhas costas. Ouvi o som de água aqui perto, suba em minhas costas, é mais seguro ir comigo do que ficar sozinha — respondo.

Ela concorda com a cabeça e sobe em minhas costas.

— Se segure bem — falo enquanto me levanto.

Seguro suas pernas e ela abraçou meu pescoço com seus braços.

Vou abrindo caminho com minhas mão que está livre. Mais cedo, enquanto mexia em minha mochila, encontrei uma adaga, Lucio me disse que deixaria coisas que me seriam úteis. A retiro de minha cintura, dessa forma será mais fácil cortar a folhagem.

Depois de alguns minutos de caminhada chegamos, a demora era por causa da dificuldade do tamanho, não pela sua distância, ainda estávamos relativamente perto da praia. Chegando vejo um pequeno rio, quando chegamos não vi nenhum lugar onde ele descia ao mar, talvez do outro lado da ilha.

Alícia desse de minhas costas, ela chega perto para beber, mas a seguro.

— Espera um pouco, não sabemos se essa água é de boa qualidade ainda — falo me aproximando.

— Okay. — Ela fica ao meu lado.

Pego um pouco de água com as mãos. Fugi por muito tempo, nessas horas meus conhecimentos são importantes, os juntando com os levados sentidos dos vampiros é quase perfeito.

Primeiro o cheiro, me concentro bastante, mas não sinto nada, talvez apenas um pouco de cheiro da terra molhada. Em seguida a cor, olho por um tempo, até coloco em alguns raios de sol que passavam pelas árvores, não tem cor, outro bom sinal. Finalmente o gosto. Coloco em minha boca, Alícia se assusta quando faço isso.

— Você não disse que pode estar ruim? — Seu rosto fica branco.

Talvez eu tenha assustado um pouco ela. Pensando bem não expliquei o que estava fazendo, apenas comecei a fazer várias coisas com uma cara séria.

— Está tudo bem, esse é um dos testes para saber se ela é potável, se não fosse eu cuspiria na hora. — Engulo a água. — Além disso sou um vampiro, meu corpo é mais resistente que o dos humanos.

Ela faz beicinho quando falo a última parte.

— Você não deve se arriscar também, Alícia é parceira. — Ela diz com cara de emburrada.

— Entendo... — Dou uma risadinha. — A água é potável, pode beber a vontade.

Mesmo tentando parecer madura ela estava com sede. Depois que termino de falar ela começa a beber água do lago. Quando chegar no continente pagarei a melhor comida que ela já comeu na vida. Me sento ao seu lado e espero que termine.

— Agora Alícia está bem... — Ela diz um pouco ofegante.

Sorrio ao ouvi-la.

— Antes eu estava vendo se a água era boa para beber. — Explico novamente. — Quer aprender como se faz isso?

Seus olhos brilham por um segundo, ela realmente estava interessada nisso.

— Por favor ensine Alícia — diz se curvando.

— Não precisa disso, vamos nos ajudar, certo? — peço para que levante a cabeça.

Às vezes ela é educada demais. Me sento perto dela e pego um punhado de água com as mãos.

— Primeiro vamos com o cheiro... — Começo a explicar.

Passo um tempo explicando para ela os passos para descobrir se a água era potável. Alícia nem ao menos pisca enquanto fala, parecia interessada em cada palavra que eu falava. Talvez não tido uma boa educação, na verdade, duvido que tenha tido neste mundo à beira da idade média, tenho que ser atencioso com isso, ensiná-la sempre que puder.

— Entendeu? — pergunto.

Ela está com um pouco de água na boca, logo em seguida engole.

— Alícia acha que entendeu — diz com uma cara de dúvida.

Penso em explicar mais uma vez, mas ouço o ronco de sua barriga. Ela fica vermelha na mesma hora. Ainda temos que cuidar da comida.

— Mais tarde voltamos aqui e eu explico novamente — falo me levantando e colocando a mão na barriga. — Vamos procurar um pouco de comida, estou com um pouco de fome.

Ela balança a cabeça em positivo e se levanta. Me abaixo para que ela suba em minhas costas.

No caminho de volta, quase perto da praia paro.

— Algum problema? — Pergunta Alícia.

Coloco ela no chão e aponto para cima, quando ela olha entende na hora.

— São cocos.

~Duas horas depois

Tive alguns problemas, mas consegui pescar alguns peixes, cinco no total. Deixei Alícia comendo alguns cocos. Chegando perto vejo que ela havia comido três dos setes que consegui pegar. Provavelmente me levou em consideração, embora eu não precise comer.

— Consegui o jantar, amanhã pegamos mais, temos que levar alguns no barco para você.

Me aproximo de algumas madeiras que havia preparado antes de começar a pescar.

— |Bola de fogo| — recito.

Uma pequena bola de fogo se forma em minha mão, tinha o tamanho próximo de uma bola de tênis. Assim que penso em dispará-la ela sai da minha mão, atingindo a madeira. Começo a fritar os peixes.

Me sento na areia, mesmo não estando com sono me sinto esgotado mentalmente. Muita coisa vem acontecendo. Enquanto penso nisso Alícia se senta ao meu lado.

— Aqui. — Ela me entrega um coco.

— Obrigado. — O pego.

Ela insistiu em me ajudar, no início não deixei, o que a deixou emburrada, mas seu ânimo voltou logo em seguida, quando eu a deixei carregar alguns galhos para mim. Depois que os peixes estavam prontos entreguei para ela. Mesmo não precisando ela me obrigou a comer um. Está sem tempero.

— O peixe está bom? — pergunto.

Ela balança a cabeça em afirmação. Deixo-a comer sem se incomodar, apenas me deitei e olhei para o céu. Ainda não vi o sol, então ainda estamos no reino demoníaco. A travessia dura em média cinco ou seis dias, ainda falta muito. Não sei se conseguirei levar água para Alícia, ela terá que beber meu sangue mais uma vez...

Suspiro.

— Ioan não precisa beber sangue? — Ela fala aparecendo de repente em meu campo de visão.

— Na verdade nós vampiros podemos viver sem sangue. Ele nos deixa mais forte e evita que precisemos comer ou beber algo por longos períodos de tempo, mas ainda podemos viver sem — respondo.

Descobri também que adquirimos um pouco da força de animais que bebemos o sangue. Quanto mais um vampiro mata antes de subir de nível, maiores serão os bônus que ele receberá.

— Ioan não quer beber o sangue de Alícia? — Ela fala emburrada.

— Eu me sentiria mal bebendo seu sangue, então não — respondo.

— Mas Alícia quer ajudar, Ioan ajudou tanto — fala puxando a gola para o lado, revelando assim seu pescoço.

— Desculpe. — Me sento. — Ainda assim é difícil para mim.

Ela parece desapontada.

— Que tal se fizermos assim? Se eu estiver precisando irei beber, certo? — pergunto.

Ela assente com a cabeça.

— Então... — Ela pensa um pouco. — Status, mostrar os status é um símbolo de confiança.

— Entendo... — penso um pouco sobre.

Realmente não gosto de mostrar meus status, pelo menos era o que eu pensava. Chloe, Moura, Wallace, Lucio, com o tempo parei de me importar, era confiança que eu tinha neles. Olho para Alícia. De alguma forma também sinto isso com ela, mesmo com tão pouco tempo.

— Autorizar a mostra de status.

"===================="

Nome: Ioan Ilie

Raça: Vampiro

Título: Caçador Mago

LV 5 (prox level 400/10000)

HP: 900/900

MP: 600/600

Ataque mágico: 150

Ataque físico: 200

Agilidade: 300

Defesa mágica: 125

Defesa física: 140

Sorte: 25

Habilidades:

|Controle mental (Pequeno)|

|Pacto de sangue lv 2|

|Modo Berserk|

|Regeneração (Pequena)|

|Fortalecimento Lunar|

|Sede de sangue|

|Foco do caçador lv 2|

|Magia Fogo lv 1|

|Magia vento lv 1|

|Magia Terra lv 1|.

Resistências:

|Resistência ao Sol MAX|

|Resistência mágica (Pequena)|

|Resistência à ataques mentais (Pequena)|

Bênção:

|Amado pelos deuses|

|Boost XP 50%|

Todos os títulos adquiridos:

|Inimigo dos goblins|

|Caçador|

|Caçador Mago|

"===================="

Meus Status são os mesmo de quando deixei o continente, apenas o xp aumentou um pouco, provavelmente por causa dos peixes.

— Ioan é bem forte para seu nível. — Alícia diz impressionada.

— Ainda sou quase um recém-nascido, mas ainda sou um vampiro original. — respondo. — Também posso ver os seus?

— Sim — responde animada. — Autorizar a mostra de status.

"===================="

Nome: Alícia

Raça: Humana (70%)

Título: Criança amaldiçoada

LV 10 (prox level 934/10000)

HP: 500/500

MP: 10000/10000

Ataque mágico: 3000

Ataque físico: 35

Agilidade: 20

Defesa mágica: 4000

Defesa física: 30

Sorte: 2

Habilidades:

|Magia negra LV 1|

|Magia antiga LV 1|

|Magia Terra LV 1|

Resistências:

|Resistência a dor (Grande)|

|Resistência mágica MAX|

|Resistência à ataques mentais (Média)|

Bênção: Não há.

Todos os títulos adquiridos:

|Criança amaldiçoada|

|Queridinha dos pais|

"===================="

Ela era simplesmente forte demais, seu ataque mágico é enorme. Penso em como ela poderia ter isso... A doença demoníaca, talvez seja por causa disso. Procuro em seus status outros sintomas, lá estavam eles, força física bem abaixo do normal, mas o que mais me preocupa era esse setenta por cento humana.

— Alícia é muito forte — falo espantado.

— Ioan também.

Depois de ver seus status essas palavras doem.

— Você pode usar magia? — pergunto.

Essa |magia negra| me intriga, nunca havia ouvido falar. Existe a magia das trevas, utilizada por praticamente qualquer raça, mas nunca ouvi falar desta.

— Alícia pode, mas quando usa magia negra a humanidade diminui — responde calma.

Por isso sua humanidade. Ela já teve que usar trinta por cento de sua humanidade, me pergunto pelo que já passou.

— Então vamos mantê-la assim, certo? — pergunto. — Use apenas em casos de vida ou morte.

— Sim... — responde baixo.

Alícia é uma garota muito boa, mas já passou por essas coisas, esses deuses inúteis!

Ela solta um bocejo.

— Que tal você ir dormir? — pergunto.

Um balanço com a cabeça é a resposta que recebo. Eu havia trazido o bote para o meio da praia, isso facilitaria muito. Tiro todas minhas roupas da mochila e forro o chão do bote. Assim Alícia poderá dormir lá, infelizmente não tenho sacos de dormir, não havia planejado essa parada.

— Ioan não vai dormir também? — Ela pergunta ao se sentar dentro do bote.

— Não sabemos se aqui é totalmente seguro, algum animal ou monstro pode aparecer, então irei ficar vigiando — respondo.

— Ioan precisa descansar também. — Ela fala sonolenta.

Parece que irá perder a batalha contra o sono.

— Não se preocupe com isso, se estiver muito calmo também irei descansar.

Levanto minha mão, ela recua um pouco instintivamente, mas logo em seguida volta para onde estava. Passo a mão em sua cabeça. Para ela reagir assim...

— Sou seu companheiro, jamais irei te machucar — Passo a mão em sua cabeça.

Ela parece estar finalmente relaxando, logo em seguida deita enquanto eu continuo.

— Ioan ainda vai estar aqui quando Alícia acordar? — pergunta.

— Claro, nós somos parceiros — respondo.

— Parceiros...

Parece que caiu no sono. Tento tirar minha mão, mas ela acaba segurando-a, então fico sentado na lateral por algum tempo. Essa ilha é relativamente calma, mas...

— Auuuu — ouço um uivado distante.

Assim como eu pensei, tem animais dentro desta floresta, não sei onde estão, mas faz algum tempo que consigo ouvi-los. Não posso me dar o luxo de dormir.

— Não deixe Alícia para trás..... eu não quero ficar sozinha de novo. — A garota fala dormindo.

Ela está sonhando. Sinto seu aperto na minha mão. Um pesadelo talvez, vou fazer com que ela possa relaxar daqui em diante.

— Você não está mais sozinha.


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