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Chapter 2: Um Lorde?

O sol estava torrando a minha cabeça.

Estava tão forte, que imaginei que este novo mundo, nem teria uma camada de ozônio. Obviamente, logo descartei essa hipótese absurda. Afinal, todos estavam vivendo tranquilamente, nenhum deles se mostravam incomodado com o calor estravagante.

A cidade era muito grande, eu não sabia por onde começar a explorar primeiro. Então usei a técnica que meu colega de trabalho me ensinou uma vez, quando eu me perdi em um evento que a empresa fez. Ele apenas colocou a mão em meu ombro e disse: "Para não se perder, só segue o fluxo." Decidi então, optar por essa técnica. Com uma multidão de pessoas passando, eu apenas as segui.

Depois de segui-los, eu parei em uma rua comercial. Havia tantos comércios e tendas, que me assustei de primeira, a grande quantidade de pessoas andando por lá, era incrível. Os comerciantes gritavam para conseguir chamar a atenção de mais clientes. Havia homens e mulheres, totalmente interessados em comprar algo por lá. Decidi então, caminhar por ali.

Passei por vários, e percebi que estava no lugar certo. Havia comércios de todo tipo, desde lojas de roupas até de poções. Isso queria dizer, que havia magia neste mundo, essas poções com certeza não era feitas apenas amassando algumas ervas, estavam até brilhando.

Durante o meu andar descontraído, uma criança vem correndo e esbarra em mim. Ela cai no chão e passa a mão em sua cabeça para ver se não tinha machucado muito. Eu estendo a mão para ajudá-la a levantar do chão e ver se realmente estava bem, ou precisava de algum médico.

O cabelo castanho da criança era espetado, parecia sujo. Suas roupas também eram bem simples, não parecia ser nenhuma criança perdida, só parecia estar brincando.

Porém no momento que ela me olha, seus olhos arregalam, e ela se curva na minha frente. Ela tremia bastante, como se ter esbarrado em mim, fosse a pior coisa que ela poderia ter feito.

"M-Me desculpe, por favor me perdoa!"

"Claro! Você apenas não viu, não é? Está tudo bem, só toma cuidado para não se machucar."

A criança acena com a cabeça, em afirmação e novamente volta a correr.

Queria ter conversado mais um pouco, mas o jovem nem deu a opção. Então apenas contínuo andar pela rua. Porém havia algo bem estranho, as pessoas e os comerciantes me olhavam com um olhar assustado, e logo começavam a se desesperar. Alguns comerciantes começaram a abrir seus comércios rapidamente. Algumas mulheres e jovens, me olhavam surpresas e com as mãos na boca.

Só pude me questionar de uma coisa...

SERÁ QUE EU VIREI UM HOMEM SUPER BONITÃO?

Talvez junto com meus pensamentos imaturos, eu tenha feito sem querer uma pose um pouco mais adequada. Com certeza também arrumei minha postura. Os comerciantes até decidiram se curvar na minha presença, era realmente um dia diferenciado para mim.

"Com licença senhor, mas você não é o novo Lorde de Lálario?"

Uma voz doce, dispersa meus pensamentos perdidos. Eu olho para direção de quem havia falado, e me surpreendo. Era uma jovem, de cabelos brancos, vestindo seu uniforme de trabalho. Ela se ajoelhava na minha frente, mantendo o máximo respeito possível.

Mas espera um pouco... Senhor? Lorde? Essa garota se confundiu? Será que fiquei tão bonito que posso ser facilmente confundido com uma pessoa nobre?

"Você é o lorde Aros Silverstein, não?"

Aros Silverstein? Que nome esquisito, porém chique... Imagino que esse não seja o meu, é menos provável que eu tenha reencarnado em um corpo de um nobre. Mas a verdade é que, eu não sei meu nome e nem minha aparência aqui neste mundo, eu só fui andando pela cidade sem me preocupar com isso.

Por isso rapidamente procuro algum vidro próximo, nem que seja de alguma loja que tinha aos meus arredores. E então acho uma vidraça ao meu lado esquerdo.

Cheguei mais perto, quase beijando a vidraça, consegui me ver, e minha aparência não fugia muito do que eu era antes de reencarnar. Eu era relativamente mais alto, e tinha o cabelo bem próximo ao do Kirito. Meus olhos eram cinzentos e minha pele branca o suficiente para refletir a luz do sol.

Eu estava vestindo uma capa azul, por baixo da capa eu usava uma roupa de nobre, dar cor cinza, ela tinha botões dourados e se assemelhava a deu um chefe de cozinha. Eu tinha uma calça preta e usava botas amarronzadas, belíssimas. Me senti um pouco desconfortável, já que eu estava bem melhor vestido do que as pessoas naquele local.

Mas confirmei a coisa essencial, fiquei extremamente mais bonito.

Porém vendo esta aparência, eu sentia que já tinha avistado em algum lugar, sentia que tinha visto ela muitas vezes. Quando olho para o lado do vidro, havia um papel grudado na parede, e lá estava uma gravura da minha aparência atual, idêntica. Embaixo estava escrito:

"O novo lorde do Reino de Lálario é apenas um jovem de 17 anos. Seja bem-vindo, Aros Silverstein!"

O QUEEEEEEEEE!?

Eu sou um Lorde? Eu? Espera... Como!?

"Senhor? Me desculpe se eu estiver o incomodando, mas vosso lorde precisa de alguma ajuda?"

A jovem volta a falar comigo, mas se reprendia como se realmente estivesse com medo de falar rude ou algo assim.

Um lorde? Mas o que significa ser um? Eu sou tipo o dono desse reino agora? E o mais importante, como se lidera um reino? Não lembro de um livro sobre isso. Eu devo estar muito ferrado. Também descobri que meu nome é Aros Silverstein, não é tão ruim.

Então apenas segui a onda na qual fui colocado.

"Sim, sou eu... não precisa de tanta formalidade, quero conversar normalmente."

A garota me olha de volta, com um olhar de felicidade, e se empolga. Nesse momento pude ver mais seu rosto, e era belo. A jovem tinha olhos carmesins ofuscantes, seu rosto era quase mais branco que a própria neve, seu sorriso era tão lindo que podia ficar horas admirando.

"Muito obrigado, Silverstein-sama! Eu agradeço que o senhor esteja falando comigo!"

Mesmo dizendo que não precisava de formalidade, ela ainda insiste em me tratar com respeito. Isso não me incomoda tanto assim, mas só gostaria de ter uma conversa normal.

"Silverstein-sama, quer ir ao meu restaurante? é aqui perto."

"Por mim tudo bem!"

Eu aceitei apenas pela proposta vir de um jeito gentil. Porém isso também servia para eu ver que tipos de comida eles comem aqui, por estar em um mundo diferente, tudo podia ser ao contrário do mundo que eu conhecia. Confesso que fiquei um pouco com medo. Dinheiro também parecia não ser o problema, eu tinha um cinto em minha cintura, nele havia um saco de moedas, que parecia estar cheio.

Isso me alivia bastante, vejo que nesse mundo eu não sou duro!

A garota saiu na frente, me guiando até seu estabelecimento.

O restaurante aparentava ser movimentado. Na entrada havia um balcão enorme igual a de um bar, do lado direito. O lugar era bem espaçoso, as mesas e cadeira eram organizadas e o cheiro de comida apareceu, preenchendo totalmente minhas narinas em um aroma delicioso.

Quando entro pela porta, um sino faz barulho, anunciando que alguém entrou. Dou alguns passos para dentro do restaurante, analisando o estabelecimento, que era bem limpo, parecia até ser algo gourmet. E ao mesmo tempo, os clientes começaram a me olhar, fixamente e pasmos.

"É Aros Silverstein!"

"É ele mesmo!"

"Aros Silverstein está na minha frente!"

Eu acompanhava a garota de cabelos brancos e ela me levava para uma mesa bem arrumada. A mesa era de madeira, que nem as outras do restaurante. Porém essa, as bordas eram feitas de ouro, era tão dourado que ardia os meus olhos. A cadeira era diferente das outras, ela tinha um acento com um tecido e uma cor diferente. Suas bordas também eram feitas de ouro. Era a mesa mais limpa em comparação as outras.

"Por favor, sente-se aqui, Silverstein-sama!"

A garota fazia um gesto se curvando para frente. Com a mão aberta, ela apontava a mesa chique que havia avistado. Todos os clientes encaravam minha chegada, apesar de desconfortável, eu os ignoro.

"Está tudo bem moça! Eu me sento aqui no balcão mesmo!"

Apesar de ser uma bela mesa, precisei recusar sua oferta. Não havia nada de errado, talvez esse respeito todo que cobriu o clima, era por conta da minha posição política. Eu tinha acabado de descobrir que eu era o lorde daquele reino, não tinha caído a ficha ainda. Então foi um pouco desconfortável receber todo esse respeito, sem eu ter feito nada ainda.

Os clientes que presenciaram a situação, ficaram chocados. O clima foi preenchido por um silêncio constrangedor, que até pude sentir que eu fui a causa. Alguns deles deixaram até cair a comida deles de volta ao prato.

"Aros Silverstein sentou no balcão ao em vez da mesa exclusiva?" Murmuraram.

A garota de cabelos brancos também fica boquiaberta, ela olha para mesa chique para ver se tinha alguma sujeira ou algo do tipo, e novamente volta a olhar para mim.

"Você tem certeza, Silverstein-sama? Aquela é a mesa exclusiva, ninguém irá te incomodar."

"Tenho certeza! Aliás, qual seria seu nome?"

"Meu nome é? É... meu nome... meu nome... qual que é meu nome? Meu nome é Asura Seith..."

Minha pergunta parecia tão inesperada para ela, que quase tinha esquecido do seu próprio nome.

"Asura Seith... É um prazer em conhecê-la!"

A garota fica um tempo sem dizer nada, com certeza muitos clientes não perguntavam seu nome. Talvez foi um erro meu, fiquei pensando que neste mundo as pessoas não perguntavam o nome de outras assim à toa. Mas logo quando olhei para a garota novamente, ela estava com um sorriso disfarçado e corada.

"O prazer é todo meu, Silverstein-sama. Fico feliz que viera ao meu restaurante."

"Não precisa de tanta formalidade, pode me chamar de Aros apenas, tudo bem?"

"Claro! A-Aros-sama!"

Asura fica totalmente mais alegre desde que nos conhecemos. Seu sorriso de empolgação, as vezes contagiavam os outros clientes do restaurante.

"A-Aros-sama, gostaria de pedir alguma coisa? Pode olhar o cardápio!"

Asura fica atrás do balcão, seus movimentos ainda eram totalmente tímidos, talvez não estava realmente acostumada em receber nobres em seu restaurante. Atrás dela, havia uma enorme folha, ou melhor, era um pergaminho que ficava preso a parede em um prego enferrujado. Nele mostrava dezessete opções, numeradas e separada em blocos. Foi quando eu percebi que não conseguia ler nada.

Apesar de não conseguir ler uma letra que estava ali, imaginei por mim mesmo, que o primeiro bloco seria algo para comer. O segundo eram bebidas e o terceiro era acompanhamentos, como qualquer restaurante era.

"Hmm... Eu vou querer esse número quatro!"

Assim que faço meu pedido, novamente o ar é engolido por um silêncio do restaurante inteiro. Tanto Asura quanto os clientes ficaram boquiabertos, ninguém conseguia dizer uma frase. Pela reação de todos, eu senti meu corpo gelar de vergonha. Imaginei que o que eu tinha pedido, não era de comer, algo como um tempero. Não pude evitar de deixar escorrer uma gota de suor de meu rosto.

"Você tem certeza Aros-sama? Este é o prato mais simples do restaurante. Ele é composto por um macarrão com uma sopa na base de caldo de porco, com carne e ovo por cima. Você tem certeza?"

Asura estava mais ou menos, tentando eu fazer mudar de ideia. Fiquei obviamente aliviado, pelo que ela dissera, era algo de comer sim, eu apenas pedi o mais simples. E obvio, não era nada ruim, já que me acostumei a isso, quando eu trabalha no outro mundo, comida simples era a melhor opção sempre.

Pelas características que Asura diz, pude concluir que aquilo era o mais próximo do Lámen do meu mundo.

"Sim, isso mesmo! Mas claro, se você não conseguir fazer, posso pedir outra coisa..."

Eu digo isso com a maior preocupação possível, mas logo vejo que era desnecessário. Ela amarra o avental que estava usando, um pouco mais forte do que já estava. Asura muda completamente de postura, para uma verdadeira chefe de cozinha.

"É para já, Aros-sama. Só peço que espere um pouquinho para prepará-lo!"

Depois dessas palavras confiantes, ela entra no local atrás do balcão, que provavelmente era algo como uma cozinha mesmo.

Mesmo estando praticamente em outro cômodo, a parede tinha um buraco, para nós conseguirmos ver os cozinheiros cozinhando. Asura começa então a preparar, com os mesmos procedimentos de como se fazia um Lámen em meu mundo. Porém ela cozinhava tão rápido e bonito, que não pude descrever passo a passo do que ela estava fazendo — também podia ser por eu não ter experiência em culinária. Como não havia todos os instrumentos que havia no meu mundo, parecia que eles tinham uma maneira diferente de fogão.

Asura olhou para o lugar onde colocou a panela, e estendeu seu dedo indicador para perto. Assim, recitou algumas palavras.

"Ardhentes!"

Quando ela termina o recito, uma pequena chama sai de seu dedo e liga a espécie de fogão. Deixando o fogo não muito alto e nem muito baixo, aparentemente ela tinha um ótimo controle disso.

Quando eu vi aquela anormalidade, franzi a testa, mas não de raiva, porém de curiosidade. Era a primeira vez que tinha visto como a magia funciona naquele mundo, e não parecia nada muito diferente do que tinha em livros, mangás e etc. Na verdade, a única coisa que desconfiei no momento, era as palavras desconhecidas como recito. Isso queria dizer que para poder usar magia, além de aprender como usar, teria que aprender seus recitos em uma língua desconhecida.

Encarei todos os movimentos desde aquele momento, não podia perder nada do que ela fazia, eu queria ver como a magia funcionava naquele mundo. Cruzei os braços e olhei diretamente, até mesmo Asura se sentiu um pouco incomodada com meu olhar um tanto profundo e sério.

Mas finalmente estava pronto.

Asura vem com uma tigela feito de madeira, tinha um acabamento tão bom que fiquei até surpreso. A fumaça trazia um aroma que me lembrou tudo de um Lámen. O mais surpreendente viria depois, assim que vi que tipo de objeto eu iria usar para comer.

Era um hashi!

Devo até ter demonstrado um sorriso medonho, pois fiquei bem feliz, já que não sabia muito bem como se comia com outros talheres.

"Obrigado Asura... Vamos comer!"

Eu pego o macarrão com o hashi e como... É DELICIOSO!

Em minha mente eu estava perdido em tantos sabores tão bem destacados eu podia sentira. Meu paladar parecia ter tido sua versão física, ele estava bem a minha frente, voando como um anjinho e dando um joinha com sua mão minúscula.

"Que delicioso Asura!"

"O-Obrigada Aros-sama!"

Com aquela comida deliciosa na minha frente, continuei comendo. Talvez por ter aprovado aquele lugar, o clima parou de ficar tenso e todos os outros clientes começaram a voltar comer com tranquilidade. Asura queria não perder aquele clima, então decide fazer algumas perguntas.

"Aros-sama, por que estava vagando pela rua comercial sozinho?"

"É... eu me perdi. Haha, essa cidade é tão grande!"

Asura fica surpresa e começa dar risadas leves, tentando se conter. Finalmente vejo seu sorriso mais de perto, e ela com certeza é muito mais bela do que qualquer garota do outro mundo.

"Perdido Aros-sama? Mas você conhece essa cidade de ponta cabeça."

Conheço?

"Para você ver né? A Cidade é enorme!"

Não durou muito nossa conversa distraída, do jeito que eu queria. Após uma sessão de gargalhadas, o sino que anunciava a chegada de um novo cliente tocou. As portas se abriram um pouco brutamente, e começaram a entrar homens com armaduras, todos armados com espadas de variados tamanho.

"Olha só, são os Guardas, o que vieram fazer aqui?"

"Nem sabia que vinham em restaurantes como esse..."

Eles eram os guardas de Lálario. A função deles eram rondar pela cidade, tentando impedir crimes e até rebeliões contra o governo atual. Mas aqueles que entraram no restaurante, não pareciam tão bons quanto o nome sugeria, não passavam um ar protetor.

"Ei, o que estão cochichando, por acaso tão zombando da gente?"

O que parecia ser o líder, interroga os clientes com um olhar sério. Ele era alto, seu cabelo era curto com um simples topete. Seus músculos quase saltavam das placas da armadura, seu rosto tinha uma cicatriz que vinha de sua bochecha até acima de seu olho. Os guardas atrás dele, também exibiam quase o mesmo porte, apenas alguns pareciam um pouco mais tranquilos.

Eles se sentam em uma mesa grande, com uma capacidade aproximada de sete lugares. Todos se acomodam e começam a darem risadas, nenhum deles teve o cuidado na hora de se sentar, arrastaram as cadeiras impiedosamente para trás, riscando o belo chão de madeira do restaurante.

"Ei, garota vem nos servir! Quer fazer nós esperarmos até quando?"

Asura ficou um pouco apreensiva, coletou um bloco de notas que tinha deixado em cima do balcão. Os guardas entraram muito despreocupados, não repararam que eu estava lá. Não sabia se adiantaria muita coisa também me reconhecerem naquela situação. Mesmo com um pouco de medo, Asura foi até a mesa deles.

"Olá, senhores guardas, o que gostariam de comer?"

"Olha moça, tem várias coisas que gostaríamos de experimentar..."

O líder dos guardas responde passando a mão em seu queixo, olhando provavelmente a cintura de Asura, com um olhar bem nojento. Todos os guardas começaram a gargalhar como se entendesse a piada que o líder havia feito.

Aquela situação me incomodava bastante. Eu percebia que Asura tremia um pouco, por estar em uma situação tão nojenta daquele jeito. Não podia ficar parado. Então decido tirar minha capa e colocar no banco do balcão, havia um funcionário que também olhava feio para atitude dos guardas. Caridosamente, pedi seu avental emprestado, o vesti e fui em direção a mesa dos problemas.

Após chegar atrás de Asura, coloco minha mão em seu ombro, que faz a se assustar.

"A-Aros-... sama"

"Pode ficar tranquila, dessa mesa eu mesmo cuido."

Em minha chegada inesperada, os guardas ficam paralisados, alguns arregalam o olho, talvez dizendo em suas mente que fora uma má ideia provocar aquela atendente daquele jeito. O líder foi o único que não mostrou-se arrependido, ele ainda estava sentado de um jeito desajeitado na cadeira, sem se importar com nada.

"Ora, ora... Se não é o novo Lorde trabalhando em um lugar como esse... Que piada, e além do mais não se trata de uma criança."

"É né? Muito difícil de ver um lorde da minha idade... mas o que importa mesmo é como administro esse reino."

Eu não sabia de onde surgira aquela coragem toda, mas disse tudo que veio em minha mente. Sentindo a minha indireta rude, o guarda franziu a testa. Consegui manter minha expressão séria por mais tempo, que fazia com certeza um conflito aos nossos olhares. Os guardas ainda não tentaram reagir a nada, nem a indiretas e muito menos fisicamente, que me deixou surpreso.

"Bom, vai ser uma honra o Lorde Aros Silverstein me servir uma comida..."

"É claro que vai."

Asura estava atrás de mim, perplexa pelo tamanho que a situação se tornou. Porém, não tentou impedir, apenas abaixou sua cabeça e deixou acontecer. Os clientes que estavam lá, conseguiam presenciar u evento surpresa atrás do outro, por isso muitos ficaram quietos e começaram a prestar atenção na tensão entre mim e o guarda.

"O que os senhores vão querer?"

Minha pergunta vai em direção a todos, mas nenhum dos guardas conseguiam formular uma palavra. Isso porque estavam com um impasse em suas cabeças, se devia responder apropriadamente ou também agir que nem seu líder, para tentar me intimidar. Não consegui fazer nenhuma cara debochada de volta, apenas fiquei sério como se realmente eu fosse um empregado de lá.

"Hmm... o que eu gostaria na verdade, era uma mulher bonita me servindo, porém você tirou isso agora."

Asura se arrepia com o comentário e arregala os olhos. Com certeza era o comentário mais nojento que eu havia ouvido até aquele momento. Franzi minha testa para o guarda, mas ele não se mostrou intimidado.

"Vamos fazer assim, vamos duelar... Afinal quero muito testar a força do novo Lorde de Lálario."

"E o que nós ganhamos caso a gente vencer ou perder?"

"É muito simples, se eu vencer, a garota aí do lado vai ser nossa, vamos levar ela daqui e fazer o que quisermos... Se você vencer, a gente se retira. Simples não acha?"

Um duelo logo quando reencarnei, os acontecimentos estavam muitos clichês para ser verdade. Ainda mais havia outro problema, eu não sabia o que eu podia fazer, eu posso ter reencarnado sem nenhuma magia para cá, e assim que eu duelar com este guarda, eu vou ser estilhaçado. Mas eu precisava proteger Asura, eu sentia isso.

"Eu aceito o desafio, é melhor que cumpra o seu acordo... por que atualmente eu tenho mais autoridade que você, exilar você daqui não será difícil."

Eu faço algumas ameaças, porém nem sabia se tinha essa autoridade toda mesmo. Isso para eles podem ter soado como um blefe, porém eu realmente estava determinado, pensei em todas as táticas que eu podia usar contra um homem grande que nem ele. Eu podia usar meus conhecimentos de caratê que eu havia praticado — há muito tempo...

O líder se levanta, e pega uma espada enorme e pesada. Eu não me intimido, pois já teve uma situação parecida antes. Quando o clube de caratê brigou com o clube de kendô por um espaço na escola.

"Essas suas ameaças vazias, só me dão mais vontade de te AMASSAAAAAR!"

O Líder vem correndo na minha direção, com a espada levantada, por algum motivo, eu senti uma força enorme naquela espada. Eu pressenti que iria quebrar o chão do restaurante da Asura. Então continuei na minha posição, mesmo estando tremendo de medo. Continuo no mesmo lugar para ver se consigo fazer alguma coisa, porém a espada estava vindo mais rápido e eu não tinha pensado em nada.

Meu corpo estava palpitando, eu sentia que iria morrer de novo naquele momento. E o que aconteceria se eu morresse de novo? Eu iria reencarnar novamente ou era realmente o fim?

Quando a espada já estava acima da minha cabeça, confirmei que era realmente o fim da minha pequena jornada nesse mundo. Mesmo passando pouco tempo, senti uma frustração em deixar tudo ali.

"Não se mova, deixe a espada cair sobre seu ombro e você irá viver"

Uma voz masculina e destorcida me fala essas palavras com muita certeza. Não era ninguém do restaurante nem do lado de fora. Estava na minha mente. Apesar da voz ser muito nova para mim, uma voz desconhecida. No momento não tem nada a fazer a não ser confiar nela.

E quando a espada iria vir na minha cabeça, eu me jogo um pouco para o lado, para acertar meu ombro. E no momento que acerta, a espada se quebra por inteira.

Voavam os pedaços da lâmina pelas paredes. O líder que havia me golpeado fica surpreso demais e não se mexe nem um centímetro se quer.

"O-O que aconteceu?"

Todos em volta ficam surpresos após o ocorrido. Inclusive eu, não imaginei que meu corpo era feito de aço, ou era apenas magia de defesa, algo que obviamente eu não conhecia.

"Você perdeu, agora pode mandar os seus colegas irem embora."

O resto da tropa, pegam suas armas e saem pela porta sem ao menos me atacar de volta, ou questionarem. Eu me viro para Asura para ver se estava tudo bem, e realmente estava tudo normal. Apenas a cara dela de surpresa e felicidade.

"Acabou Asura, está tudo bem?"

"Está sim, Aros-sama, muito obrigada!

Quando eu ia dizer uma coisa a ela, algo bem forte bate na porta e se abre. E olhando para entrada, vejo um homem de cabelos brancos jogados para trás. Ele era bem velho, talvez estava chegando na casa dos setenta anos, ele tinha um bigode branco também, usava um terno preto, gravata listrada em bege e branco.

"Silverstein-sama, ele está aqui?"

O velho me procurava desesperado, até seus óculos redondos e pequenos caíram de seu rosto.

"Eu estou aqui!"

"Oh, meu deus Silverstein-sama!! Me desculpa ter demorado tanto, eu tinha que trancar todas as portas do castelo, sinto muito por ter ficado entediado e ter vindo aqui!"

O Velho se ajoelha e implora por perdão.

"E quem seria você?"

"Oh! Silverstein-sama, que bela piada. Porém não estamos com tempo, você precisa conhecer o Reino das Elfas para assinar o tratado!"

Eu não conheço esse velho, porém parece fazer parte da minha guarda. Ele me parece ser meu mordomo. E espera um pouco... Reino das elfas? Tipo aquelas que aparecem em RPGs? Dos peitões?

"Aqui Asura, o pagamento pela comida de hoje, muito obrigado!"

Eu fico em sua frente, seguro as suas mãos e dou uma quantidade de moedas. Assim volto para o mordomo que estava na porta.

"Muito bem, vamos! E Asura, eu vou voltar mais vezes!"

"Você vai voltar, sério? Muito obrigada...snif... sério foi uma honra conhecer você...snif"

Asura começa a enxugar as lagrimas e mexer sua mão no gesto de adeus. Com certeza eu irei voltar aqui, pois virou meu lugar preferido.

O velho me puxa para fora do restaurante e voltamos a rua comercial.

"Eita velhote, se tem força para caramba! Quem é você?"

"Tudo bem, Silverstein-sama, vou participar da sua brincadeira... Meu nome é Sheisnougher, seu mordomo".

Nesse mundo só tem nome esquisito? Ele falou o nome e já esqueci, só lembro dos "Sheis". Ele ainda se mostrava um pouco desesperado, com se nós estivermos atrasados para algo.

"Desculpa, Sheis-sei lá, mas então você é meu mordomo? que legal."

"Sim, Silverstein-sama. E agora estamos indo para o Reinos das Elfas assinar o tratado de aliados."

"É? E como vamos para esse Reino das Elfas afinal?"

Eu pergunto, mas logo depois, olho para atrás de Sheis-sei lá e vejo uma carruagem estilo filmes, escrito:

"Reservado para Aros Silverstein"

É... parece que minha pergunta foi inútil.

Eu entro na carruagem e é mais confortável do que eu pensava, os assentos são vermelhos feito de couro, mas era tão macio que na verdade parecia um colchão. Me sento no banco e Sheis-sei lá fecha a porta. Por um minuto achei que ele não viria, porém ele se sentou junto ao cocheiro. E Aquele espaço dentro da carruagem era todo para mim.

Antes do cocheiro começar a andar com a carruagem, ouço gritos pelo lado de fora da carruagem, o som era alto pois as carruagens não tinham vidro como janelas, eram apenas cortinas. E quem gritava pelo lado de fora era Asura.

"Aros-sama, me desculpe incomodar de novo, mas tome isto, isso é um lanche para você, até o Reino das Efas é muito longe, então espero que se alimente no caminho!"

"Obrigado Asura! Fico agradecido de verdade, pode deixar que vou me alimentar direito!"

As cortinas que tinha na janela da carruagem se fecham, e assim começa andar. Através da cortina que era meio transparente, vejo Asura se afastando, cheia de alegria e pulando.

Só por um minuto, lágrimas caem dos meus olhos. Não foi por estar emocionado pela Asura, mas sim, que sua atitude me lembrou minha irmãzinha, Sora.

Sora também me fazia o almoço quando eu ia trabalhar, e era exatamente o mesmo pote, todos os dias. E ela me deixava um bilhete todo dia.

Asura fez o mesmo, e deixou um bilhete, mas infelizmente eu não conseguia ler. Me senti completamente inútil ali, mas imaginei que seria algo como: "Boa sorte no Reino das Elfas!" Ou algo assim.


CREATORS' THOUGHTS
ShirouSahashi ShirouSahashi

Que legal! Você leu outro capítulo!

Aqui vemos Aros se descobrindo depois de reencarnar, e assim conhcece uma linda garota Asura (Como essa é minha história, não era para eu ter personagem preferido, mas a Asura é top!)

Obrigado por ler e te vejo nos próximos capítulos!

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