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Chapter 2: Capítulo 1-2

Parte 2

Naquela noite de lua cheia, uma sombra pulava de telhado para telhado, evitando tochas de guardas e quaisquer outras pessoas próximas. Seguir a avenida principal deve ser uma boa ideia, seria mais fácil de me encontrar, eu segui para o norte, eu não sei como, mas eu sabia para onde era. E corri, corri, corri. Muito melhor não ter asma, eu finalmente posso me exercitar sem usar uma bombinha.

Ah, sobre a ideia de ir para a taverna, o plano perfeito foi por água a baixo, a taverna estava lotada de guardas, devia ser ali onde se reuniam para beber. À minha esquerda tinha um casarão enorme, devia ser do chefe da cidade, melhor só evitar ir para aquele lado, olhando para a muralha melhor, ela era bem alta, tinha 7 torres de vigia ao decorrer dela.

A cada momento que eu me aproximava mais, a situação ficou mais perigosa, mais guardas, mais luz, mais risco... mas cara a adrenalina tava foda, primeira vez que eu estava sendo perseguido e que tentavam me matar. Dá até uma nostalgia, isso me lembra da vez que fui perseguido por guildas malignas. Esquece, isso é história para mais tarde.

Após conseguir me aproximar razoavelmente da muralha, eu encontrei o que parecia ser o portão central, estava um pouco longe, mas nada de mais, mas aquele muro... parece ser muito mais grosso que o necessário, é provável que tenha um caminho dentro ou em cima dele. Corri do lado do muro, usando as sombras das árvores e o vento para me esconder da melhor maneira que eu conseguia, e após procurar por uns 15 minutos encontrei o que procurava, UMA PORTA PORRA!

Okay, okay, calma, se aproxima sem ser visto… boa, agora tenta destrancar, o molho de chaves, merda, tem muita chave, não posso demorar se não vão me ver, tem mais de 10 chaves aqui saco. Não é a primeira… não é a segunda…

— Ei, você aí, parado!

Sério? Um guarda aqui? Terceira chave… nada, a quarta vai! E não é que foi? Passei correndo pela porta e fechei ela logo atrás de mim, o guarda que já estava quase me alcançando virou para trás e começou a gritar, chamando ajuda. Sobe logo essa porra de escada, pera! Sobre não, tem alguém descendo, que azar velho, eu desci de volta, cheguei na frente da porta pela qual entrei e percebi ter uma escada para baixo.

— só da para correr para cá agora

Desci um lance de escadas e elas já acabaram, fiz o que qualquer pessoa faria na minha situação, colei na parede e fingi ser o drax, ninguém vai me ver porra! Basta acreditar que sou invisível para eu ser. Por sorte, o guarda ignorou as escadas que desciam e saiu correndo, provavelmente está indo atrás do outro que estava gritando.

Assim que ele saiu comecei a subir, não tinha tempo a perder, tava cada vez ficando mais complicada minha situação, após alguns lances de escada encontrei um alçapão, pelas frestas vejo um homem de pé, com as costas viradas para mim. Eu ataco ele? Eu mato ele? Não, ele não me fez nada, merda, que ideia horrível que acabei de ter.

Saio de fininho e me aproximo dele, 1,5 metros, ele está sonolento por sorte, agora só esperar ele voltar a andar. Depois de alguém tempo ele começou a andar, e eu fui atrás, a ideia era tão ruim que funcionou! Ou pelo menos até o próximo posto.

Ele parou, ele deu o indício de virar para trás, ele ia voltar para o posto antigo provavelmente, ele se vira.

Quando ele se virou, não havia nada atrás dele, o indivíduo que a instantes o estava seguindo, ele não viu, e não fazia ideia de que essa pessoa estava nesse momento pendurado para o lado de fora da muralha, se agarrando há muralha como se a vida dependesse disso. Quando o soldado passou Ricardo subiu novamente, ele confirmou as suspeitas dele, a parede era lisa demais para escalar, e alta demais para pular... ele precisava achar uma saída.

Ele seguiu em direção ao grande portão, quando chegou na próxima torre de vigia, ele avistou mais uma pessoa de guarda, que estava felizmente virada para o outro lado. Ao lado dele havia um alçapão, diferente do que ele utilizara, esse era mais enferrujado, velho e esquecido, a ferrugem já havia deixado o metal com cor de bronze.

Esse eu não consigo só passar por ele, eu saquei minha adaga, estava me aproximando quando ele se virou. Rapaz, nem viu e já deitou, bati com o cabo da adaga na têmpora dele, deve ter doído porque ele apagou na hora. Segurei seu corpo para não fazer barulho ao cair no chão, agora preciso só abrir aquilo.

Após sofrer mais um bom bocado com as chaves, eu consegui destrancar os 3 cadeados que fechavam a passagem, sem tempo para pensar, eu desci, deixando o corpo para trás e com a passagem aberta. De certo alguém não havia passado por ali nos últimos anos, mas eu sentia estar próximo da saída, então ignorei, a medida que ia descendo o caminho ia ficando mais antigo.

Desci muito mais do que eu subi, e quando parei de descer, eu tinha certeza, eu tava em um túnel subterrâneo, era um caminho apertado e baixo, difícil para qualquer pessoa passar sem se abaixar, era úmido e com cheiro de mofo. Com certeza não usam o caminho a anos, para frente, um longo caminho, para trás, as escadas que subiam.

— Porra, mais uma pessoa caída, ele está lá em baixo — eu ouvi de longe.

Eu corri, corri porque minha vida dependia disso, corri como nunca corri, as vozes estavam ficando mais para trás, mas isso não me acalmava muito, eu não sabia onde estava nem onde era a saída. Oh merda, o túnel morreu no meio do caminho, fui pego, eles me fecharam, que eu faço? Olhei mais uma vez para a parede que estava na minha frente, alguns feixes de luz pareciam passar por entre as pedras.

— um fundo falso?!

Meti a mão na terra e comecei a cavar, quanto mais eu cavava mais a luz ficava forte, até que minha mão conseguiu ultrapassar a parede falsa, e quando eu abri. Luz? Sou gamer, otaku e das trevas, por que uma luz tão intensa como essa? Está me cegando, eu não enxergo nada porra.

Ué, a luz parou? Está escuro de novo parece, acho que vou abrir meus olhos, onde estou? Uma sala escura? Pera o que é isso escrito?

Informação do sistema

Tutorial completo

Calculando resultado

Resultado S

títulos recebidos:

— Pacifista;

Recebido ao terminar o tutorial sem entrar em confronto direto.

— Pegadas leves;

Recebido ao terminar o tutorial sem ser visto;

Escolha uma recompensa:

Na minha frente apareceram três itens, uma adaga, uma moeda e um anel... não sou bobo nem nada, apesar de não entender que porra está acontecendo, eu sei que preciso ficar mais forte, e esses itens obviamente são mágicos considerando tudo que tá acontecendo.

Coloquei o anel, e cara, eu me arrependo muito dessa escolha, não que o anel seja ruim, mas demorei muito tempo, muito tempo mesmo para conseguir pegar essa moeda depois.

Abro os olhos assustados, eu estou… no meu quarto? Que, como? Eu estava no carro antes de tudo isso acontecer, como vim parar aqui? E agora o que vai acontecer? Seria isso um sonho? Não, não era um sonho… por mais que eu quisesse acreditar nisso, não seria um sonho, eu poderia argumentar que tudo foi muito realista, que lembro com exatidão todos acontecimentos, mas o que realmente provava que tudo foi real… era o anel, aquele maldito anel que peguei no sonho, agora, estava na minha mão.

— Talvez seja uma boa aproveitar a companhia da minha família, não sei quanto tempo essa paz vai durar…


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