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Chapter 135: Salvando a donzela em perigo

— Fala ae Mano! Ainda tá por aqui?

— Os negócios da cooperativa já estão quase terminando, mas eu não te liguei pra isso. — Dizia Jake estando poucos metros de distância do carro, onde a porta aberta mostrava Theodore bebendo água e perdido em pensamentos. — Eu tava voltando pra casa do meu amigo e encontrei Theodore jogado na rua.

— Theodore? Você fala como se fosse um cachorro de rua qualquer. Explica melhor isso aí.

— Eu também não entendi, mano. Virei a esquina com o carro e ele tava jogado na rua. Ele diz que não quer ir pra casa, mas to ficando preocupado porque parece ter se machucado.

— Eita caralho! Tá com ele ainda aí?

— Sim, estou duas ou três quadras pra cima da casa do Theo. Pode vir aqui dar uma mão?

— Estamos indo aí agora. Segura as pontas.

Desligando o celular, Jake entrava na banquinha para comprar algum doce. Mantinha o olhar atento no carro sempre vigiando Theodore com aquele olhar vazio. Pagando pelo doce, o alfa platinado retornara para o carro entregando-o para o ômega.

— Aqui, dizem que doce faz bem pra pressão ou anemia ou sei lá o que.

— Obrigado. — Respondia Theodore aceitando o doce e o abrindo logo em seguida.

Theodore havia contado o ocorrido na casa dos Jones, sem esconder do ex namorado que tinha mordido Gabriel e que esperava um filhote seu. Jake não tecera comentários sobre a gravidez, apesar de estar surpreso em saber sobre o assunto. Era tão novo e passando por situações como aquelas.

Mas o mais surpreendente era perceber que o ômega não derramava uma lágrima sequer. Parecia sim abalado com a situação, mas não estava chorando. Teria ele amadurecido? Que surpresa.

— Putz, é uma bosta que isso tenha acontecido contigo de novo.

— Devo ter algum imã pra pais conservadores, não é possível — Ria amargo o ômega mordendo mais um pedaço do chocolate.

— Não quer ir no hospital? Você pode ter se machucado ou o filhote.

— Não saio daqui sem o Gabriel. — Dissera determinado, deixando o outro sem palavras a não ser rir.

— Uau, to com ciúmes agora — Respondera por fim, abrindo um sorriso leve ao notar os olhos de Theodore sobre si — Queria ver tanta garra quando estava comigo.

— É estranho falar com você desse jeito.

— É nada, deixa de cisma. — Ria Jake bagunçando os cabelos do ômega. — Mas falando sério agora, tu tem que se cuidar. Uma coisa é ser chutado pra fora de casa, outra é ser empurrado quando se está grávido. Tem que pensar nessa criança primeiro.

— Eu sei, mas tenho a impressão que se eu deixar as coisas por isso mesmo nunca mais verei Gabriel de novo. No final das contas tudo vai se repetir.

Fazendo uma leve careta, Jake compreendia o significado daquelas palavras e por isso a pontinha de culpa se fizera presente. Tivera a certeza, com aquelas palavras, que não fora o único a ficar marcado pelo que acontecera no ano anterior. Permanecendo ao lado de Theodore, eles conversavam sobre o ocorrido até que Nicolas surgisse repentinamente em uma correria, pouco dando atenção para o alfa platinado.

— Theo! Theo, como está? Se machucou? Quem é o filho da puta que devo matar? Só me diga, nem me importo que seja pobre e não consiga me tirar da cadeia depois. — Disparara Nicolas ao correr até seu melhor amigo olhando-o cuidadosamente em busca de algum ferimento.

— Eu estou bem Nico, quer dizer estamos bem.

— Mentira, tá gemendo de dor quando se mexe.

Theodore arregalava os olhos para Jake, que lhe mostrara a língua infantilmente.

— Mas que porra é essa que aconteceu?

— Cadê o Milles?

— Tá lá. — Apontara Nicolas para o alfa que vinha correndo em câmera lenta, fadigado e mal conseguindo ficar em pé. — Lerdo que só. Até uma vovózinha corre mais que ele.

Demorara um tempo para que Milles finalmente alcançasse o carro. Abrindo a porta traseira o alfa se jogara no banco ofegante. Suava intensamente, prestes a cuspir fora os pulmões. Theodore se virou com dificuldade entregando sua água para o outro loiro, que bebera em grandes goles.

Recuperado da corrida, Milles lançara um olhar para Nicolas.

— Ei, eu disse pra não correr. Ah, eu quase morri...

— Como você quer que eu não corra quando disse que meu Theozinho se machucou?

— Estava preocupado? — Sorria Theodore para o amigo.

— Estava, vou te matar por isso.

— O que tava rolando? — Quis saber Milles, ainda deitado no banco de trás. — Por que raios você tava jogado na rua feito cachorro morto?

Baixando os olhos para as suas mãos, Theodore tornara a contar sobre a discussão que tivera com Gabriel na noite anterior, de ter ido atrás dele para se desculpar e terem sido pegos pelo pai do alfa. Contara da briga, da reação do Senhor Jones e a sua decisão em morder Gabriel na frente de seus pais resultando na sua expulsão na casa.

Nicolas abria um sorriso débil ao estalar os dedos.

— É hoje que mato um. Onde é a casa desse filho da puta, vou tacar fogo nessa merda e acabo com esse fuzuê todo!

— Não creio que você mordeu o Biel na frente do pai dele? Que coragem.

— Eu fiquei com raiva de saber que ele queria que o Gabriel ficasse com tua irmã. Tipo, ele tá comigo que inferno!

— Viu isso, Mano, ele tá aprendendo a ser bravo. — Brincava Milles ao olhar Jake, que estava de braços cruzados fitando o loiro surpreso.

— Pois é, fico me perguntando quem o influencia.

Jake olhava de canto para Nicolas, que o mostrara o dedo do meio.

— E aí, o que pretende fazer agora? Salvar a sua donzela em perigo?

— Só estou com medo que a família dele o afaste de mim. Apesar que a mãe do Gabriel parece ser uma boa pessoa, mas não digo o mesmo do pai dele. — Suspirava Theodore tornando a fazer careta ao se mexer.

— Agora que mordeu ele, não adianta separar vocês. Um alfa é forte pra proteger o ômega dele e seu filhote. — Dissera Jake. — Só precisa mostrar isso pro seu sogrinho.

— Acho que sei como fazer isso. — Sorria Nicolas, olhando para Jake. — Só que você teria de ser o vilão da história.

— Não.

— Qual é, nem disse o que era!

— A resposta continua sendo não.

— Por quê?

— A ideia é sua, motivo o suficiente pra eu não querer me envolver.

— Tsc, covarde mesmo. — Nicolas segurara a mão de Theodore o puxando levemente pra se levantar — Vamos almoçar primeiro, e a gente pensa em alguma coisa.

— Qual foi a sua ideia, Nico? — Questionava o loiro sem se mover do banco.

— Fazer ciúme no Gabriel pra tirar ele de casa. — Ficara nítido a tentativa do ômega em reprimir o sorriso de prazer. — Imagina a cara dele em ver Theo perto do Jake. Ah seria tão delicioso.

— Limpa o veneno, cobra venenosa. — Ralhava Milles já sentado no banco, recebendo um rosnado de Nicolas. — Podemos pensar em algo melhor enquanto comemos? To morrendo de fome.

Theodore descera do carro virando-se para os três.

— Podem ir. Eu não vou descansar até que Gabriel saia daquela casa.

—Você nem sabe o que está acontecendo por lá, Theo. Talvez o Gabriel apareça na sua casa mais tarde. — Avisava Jake preocupado.

— É mais provável que esteja se acostumando com a mordida, as primeiras horas são tensas. — Lembrava Milles.

— Ah, vão pro inferno vocês tudo. — Rosnava Nicolas — Vamos logo tirar aquele pentelho de casa que eu quero chutar a bunda dele.

Nicolas já puxava o amigo pela calçada para retornarem ao meio da quadra onde a casa de Gabriel ficava. Milles logo saltara do carro indo pro lado do seu ômega parecendo aceitar o plano muito bem. Jake observava aqueles três boquiaberto. Jamais imaginaria que eles fossem amigos e do tipo que dariam trabalho.

Aliás, Theodore estava grávido. Será que ninguém estava preocupado com ele?

Suspirando derrotado o alfa platinado fechara o carro e acionara o alarme antes de segui-los alguns passos para trás. Seria melhor que estivesse por perto, caso algo desse errado.

Foram no outro lado da rua, permanecendo de frente ao sobrado dos Jones que os quatro permaneceram em pé. Theodore olhava em direção da janela procurando por qualquer sinal de Gabriel, mas não conseguia enxergar absolutamente nada.

— Ok, como iremos tirar de casa então?

— Você e eu vamos procurar algumas pedras. — Comandava Nicolas, virando-se pra Theodore. — Qual o quarto dele?

— Aquele ali. — Theodore apontava para a janela da frente no segundo andar.

O ômega mais baixo direcionou um olhar profundo para o alfa platinado antes de puxar Milles até um canto e procurarem por pedras. Jake coçara a nuca ficando ao lado de Theodore parecendo desconfortável em concordar com ideias infantis como aquela.

— Você vai acatar a ideia do baixinho? Quer dizer, isso significa fazer ciúmes pro teu namorado.

— O pai dele já percebeu que estamos aqui.

Jake virou-se para a casa, percebendo que em uma janela do térreo, quase escondida pelas roseiras altas do jardim, um homem observava no cantinho. Quase imperceptível apesar de sentir de longe o calor de seus olhos.

— Foi ele quem te empurrou?

— Uhum. Provavelmente ele vai pensar que eu por estar contigo sou um ômega promíscuo. Não gosto muito dessa ideia, mas preciso ver Gabriel de alguma forma.

— Vocês são maquiavélicos demais. Mas tudo bem. Vamos fazer isso pra salvar a sua donzela.

Theodore soltara um riso baixo acariciando a barriga mediana.

Minutos depois Milles retornava com uma boa quantidade de pedras em sua blusa, e Nicolas pegava uma a uma as jogando em direção da janela indicada pelo amigo anteriormente.

— Toma cuidado pra não quebrar essa merda.

— Cala a boca, grandalhão.

— Não vou ter dinheiro pra pagar seus estragos.

— Vou tacar você se não fechar a matraca. — Rosnava o baixinho jogando mais uma pedra.

Mesmo com as pedrinhas sendo jogadas, ninguém aparecia na janela. Theodore ainda era observado já que sentia um peso em seus ombros.

— Ele não vai aparecer. To achando melhor tentarmos de novo mais tarde, Theo. — Dizia Jake preocupado, tentando levar o ômega pra casa.

— Eu sei que ele vai aparecer. Calma.

Foram diversas tentativas e as pedrinhas já estavam acabando. Theodore umedecia os lábios impaciente passando os dedos pelos fios loiros.

— Vou quebrar essa merda dessa janela se essa peste não aparecer. — Rosnava Nicolas tão impaciente quanto.

— Vai nada. — Ralhava o alfa loiro pro baixinho.

Observando aquela tentativa frustrada, Jake já imaginava que Theodore estaria prestes a desistir daquela ideia. Quando o ômega virou-se de costas desviando os olhos da casa, Jake avistara aquele alfa moreno surgir na janela e olhar em sua direção.

Finalmente a donzela em perigo fizera contato. E justamente com ele!

Segurando a mão de Theodore, o alfa platinado abria um sorriso de canto.

— Tudo o que preciso fazer é tirar o teu namorado de casa, não é?

— Ahn? Bem, só de estar aqui acho que é o suficiente. Por quê?

— Então farei com que ele exploda de raiva pra chegar até você.

Virando-se para Theodore, Jake segurava seu rosto com ambas as mãos aproximando seu rosto lentamente ao do loiro. Uma proximidade perigosa que surpreendia tanto o ômega loiro quanto o alfa moreno que observava da janela.

Não pretendia beijar Theodore, principalmente por saber que a mordida reagiria deixando os dois namorados em mal estar. Não correria esse risco com o loiro grávido. Tudo o que precisava era fazer Gabriel pensar que ele estava disposto a beijar Theodore.

Permanecera parado, usando seu cheiro para camuflar a presença de Theodore. Seus sentidos não abandonavam qualquer estímulo vindo daquele sobrado. Somente quando ouvira uma porta ser aberta num rompante e gritos chamando por Gabriel, é que Jake finalmente diminuíra a distância um pouco mais.

Antes que suas bocas se tocassem, Theodore fora puxado repentinamente. Atrás dele, Gabriel era o ódio em pessoa.


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