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Chapter 2: 1

Alicie

Apoio o cotovelo no balcão, inclino a cabeça em direção ao velho relógio percebendo que passaram poucas horas.

Eram sete horas da noite de uma sexta-feira tediosa e ainda faltava uma hora para terminar meu turno. Estava exausta, meus pés estavam com grandes bolhas geradas após ter tido um longo dia de trabalho com tantas entregas graças ao terrível feriado.

Meu único desejo naquele momento era chegar em casa e me jogar no meu sofá macio, deixar meu corpo afundar nele e adormecer para acordar no outro dia.

Trabalho na Floricultura na rua 34, desde que meus pais faleceram. Quem me fazia companhia era minha avó Mary, uma senhora muito misteriosa que é literalmente louca por flores, plantas e tudo o que vive e vem da natureza.

Mary — Temos mais uma nova entrega — cantarola uma voz doce atrás de mim. Não preciso me virar para reconhecer que é Mary, minha avó, com um buquê de rosas vermelhas nas mãos.

— Ahhh! — puxo meus cabelos — Quando que esse dia vai acabar!  — choramingo.

Mary — É o dia mais movimentado e romântico do ano, querida  — diz minha avó suspirando enquanto eu dou risada.

—  Eu sei, mais poderia ser menos clichê?

Minha vó era minha única familia, há alguns anos meus pais tinham morrido em um acidente de carro, deixando a floricultura para mim, intercalava os estudos na faculdade com o trabalho na loja.

Mary  — Você adorava esse dia — deu um sorriso carismático olhando em meus olhos — Era seu dia preferido do ano, cadê aquela menina apaixonada?

— Sumiu para nunca mais voltar — respondi — Agora eu sou a garota que desacredita totalmente no amor

Mary — Ah querida não seja assim, tão rancorosa — fala colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha

Mary — O amor surgi de onde menos nós esperarmos.

— Muito Improvável!  — dou um sorriso sarcástico — Só se o cupido em pessoa vier completar essa missão impossível!

Mary — Cuidado com o que deseja, pode realmente acontecer! — vovó diz toda supersticiosa e me entrega o buquê .

Mary — Agora vai que hoje a loja está lotada de entregas  — diz se virando e acendendo uma vela perfumada.

[...]

Monto na minha scooter vermelha e vou ao endereço que estava preso as rosas. Dirijo pela minha cidade natal, sykwood que estava mais linda do que nunca, iluminada da cabeça aos pés por luzes e diversos anúncios, todos sempre focados no mesmo tema "O amor está no ar".

Quando eu era criança achava que o amor e o tempo eram interligados. Já que as pessoas ao meu redor sempre falavam que o amor chegaria na hora certa, mas aprendi que o tempo não espera o amor.

Estacionei minha moto, e olhei para o céu, iria começar a chover em estantes. Atravessei a faixa de pedestre mas tinha o estranho hábito de pular na faixa, sempre nas linhas brancas e nunca nas pretas. Era uma mania que me acompanhava desde criança, mas sempre me trouxe certos riscos.

Você já viu uma pessoa totalmente desajeitada que acha que tem equilíbrio?

Pois essa sou eu!

Meu nariz estava congelando por causa da baixa temperatura e percebi que uma chuva fina tinha dado início a aquela noite. Como sempre eu tinha que ser uma completa estabanada em um nível tão alto que não consegui enxergar uma poça enorme e molhei meus all Star completamente na água.

Por mais que eu odiasse o dia dos namorados, não poderia negar que esse dia era incrivelmente lindo. Abaixei meu capuz e tentei usar o meu casaco como tentativa de manter as flores intactas. Me abracei na esperança de protegê-las e parei de frente a velha estátua que fica bem no meio do parque. Era uma escultura de um pequeno cupido apontando suas flechas em formato de coração para o lado esquerdo, ela era bem famosa em flowerwood era conhecida como "A estátua do amor" dizem que quem jogar uma moeda na fonte da estátua, conhece sua alma gêmea.

Como o cliente não chegava para pegar o buquê e como eu estava super entediada fui tentar a sorte. Afinal porque não? Se o amor realmente existe porque ele não me encarar? Tirei do meu bolso uma moeda de 25 cent, e joguei na fonte.

—  Cupido! Se você realmente existe venha aqui tentar esse desafio!  — falei ironicamente me inclinado na fonte.

Foi então que percebi que em umas das flechas da estátua estava brilhando, a chuva foi diminuindo e tive coragem de subir e tentar alcançar a flecha. Quando finalmente aproximei-me conseguir pegar um coração de cristal, que era a ponta da flecha.

 O coração era menor que minha mão,  brilhava fortemente como tivesse vida propria. Nesta mesma hora um raio me acertou fortemente e tudo ficou em câmera lenta, parecendo aquelas cenas ridículas dos filme. 

Porém era realidade o que estava acontecendo. Como em um passe de mágica um homem alto com um terno todo preto apareceu na minha frente. Estava louca ou era minha impressão que ele tinha asas nas costas?

Espere um pouco! Eu disse que me apaixonaria novamente só se o cupido em pessoa....

Ah... não eu e minha bendita boca!


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