Chapter 2: Um amor de mãe
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O Grande Dragão Sen recebeu o nome de "Ray". Tudo isso porque seu pai disse que o nome o lembrava do sol. Mas o Grande Dragão Sen odiava isso. O nome era simplesmente muito comum e mediano. Ele se sentia fraco toda vez que ouvia seu próprio nome.
Ray—não, o Grande Dragão Sen sabia que irritava a todos com seus gritos e birras, mas ele não parecia pensar muito nisso. Toda vez que seus pais o chamavam pelo nome, ele começava a chorar como um protesto.
'O que eles estavam pensando, me chamando de Ray.'
Ele odiava o nome, pois achava que não se adequava ao seu verdadeiro eu.
Alguns meses se passaram desde que Sen entrou em seu corpo humano. Sua compreensão dos humanos melhorou significativamente com o tempo. Na verdade, ele agora até sabia o nome dos seus pais! Algo que ele pensou que nunca teria se incomodado em fazer. Ele logo percebeu o quão difícil era chamá-los apenas de humano de cabelo comprido e humano de cabelo curto. Pois na cidade, havia muitos humanos de cabelos longos e curtos.
Sua mãe se chamava Scarlett Talen, enquanto seu pai tinha o nome de Jack Talen.
Embora ele não entendesse muito bem a profissão deles na cidade; as pessoas pareciam respeitar muito o casal. Toda vez que recebiam visitas, geralmente vinham apresentando-lhes presentes.
Com o fluxo constante de visitantes, Sen passou a entender que seus pais pareciam ser mais atraentes do que o humano médio.
Na aparência, sua mãe era a definição de beleza com cabelos pretos retos e longos e um rosto simétrico que sempre a fazia parecer amigável e virtuosa. Claro, seu pai também não ficava para trás, seu corpo era bastante musculoso e atlético comparado aos outros habitantes da cidade.
A residência da humilde família de Sen nunca faltou visitantes, até que algo peculiar aconteceu.
O cabelo de Sen era preto como o de sua mãe, mas depois de alguns meses… Seu cabelo começou a mudar de cor para um tom avermelhado. Algumas semanas após a descoberta inicial foi tudo o que precisou até seu cabelo ficar completamente vermelho, apenas alguns fios pretos permaneceram presos em seu couro cabeludo.
Sua sobrevivência serviu como prova de que ele não nasceu assim.
Esse estranho acontecimento deu origem a rumores de que a família Talen estava amaldiçoada. Ouvindo tudo isso, Sen percebeu que a cor vermelha deveria ser uma cor de azar neste mundo. Mas o que ele poderia fazer?
Ele era um dragão vermelho.
Ele imaginou que alguns de seus poderes de dragão ainda estavam vivendo dentro dele e isso se tornou a razão pela qual seu cabelo mudou tanto.
Sen ficou indignado, mas no fim, ele era apenas uma criança.
Ele fez uma nota mental do rosto de todos e manteve seus planos de vingança em espera, pois havia um novo inimigo que ele tinha que enfrentar primeiro.
Era...
"Ray, você está pronto para o jantar?" Scarlett, a mãe de Sen, perguntou sorrindo.
Hora do jantar.
Sen sentou-se em frente à mesa e foi amarrado na cadeira, incapaz de se mover. Quanto à razão pela qual ele estava sendo contido? Bom, é porque Sen estava sendo educado por seus pais. Na sua frente, em cima da mesa, havia um par de colher e garfo.
O Grande Dragão Sen que apenas mal conseguia controlar os membros de seu corpo recém-adquirido lutou.
Mas muitas vezes, ele se perguntava...
Como a humanidade chegou a tal precisão quando se trata de controlar uma máquina complicada como o corpo humano?
Sen achava incompreensível que os humanos pudessem fazer movimentos tão pequenos a ponto de pegar algo tão minúsculo como esse par de colher e garfo.
O interesse de Sen foi despertado, mas os dragões eram por natureza orgulhosos.
Ser forçado a fazer algo como usar esses utensílios na frente dele o fez rebelar-se.
Ele se recusou a acreditar que os humanos eram muito superiores aos dragões.
Ele enfiou a cabeça na tigela de sopa e depois a comeu como um verdadeiro dragão alfa faria. Embora sua língua estivesse meio machucada, ele estava feliz por ter mostrado aos humanos como um verdadeiro dragão comia sua refeição…
Sen ergueu a cabeça orgulhoso e sorriu, pensando que tinha vencido os dois comendo a comida nos próprios termos dele e não dos deles.
Scarlett e Jack olharam um para o outro por um momento antes de rirem.
"Ray, você é tão bobo... Olha a bagunça que você fez!"
Um sorriso estava estampado em seu rosto.
Sen ficou sem palavras.
Por quê?
Por que todas as vezes que Sen tentava irritar sua mãe, suas ações acabavam sempre fazendo com que ela sorrisse para ele?
Sen detestava admitir, mas pela primeira vez na vida.
Ele conheceu a existência de um humano que ele nunca iria querer que desaparecesse.
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